sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mercedes

Copiado do blog do Edu Goldenberg (Buteco do Edu), postado por alguén que assina: helion

http://www.conicet.gov.ar/NOTICIAS/portal/noticia.php?n=4878&t=4

06-10-2009 | La Nación

Qué simboliza "la Negra"

Por Alejandro Grimson

La conmoción por la muerte de Mercedes Sosa es también una invitación a la reflexión. Sabemos que "la Negra" fue quizás la voz más impresionante de la historia musical argentina reciente, combinando simplicidad y sofisticación de una manera excepcional.
Sobre esa base artística se imprimen en su nombre, en su cuerpo y en su muerte otros significados culturales que es importante considerar.
Primero, "la Negra" no era negra en el sentido en que esta palabra se usa en otros países, como Brasil y Estados Unidos. "La Negra" era indígena en su ascendencia y en su despliegue musical. Era parte de ese país que no existe en el imaginario tradicional que reza que "aquí no hay negros ni indios". Quizás una de las personas más visibles y, además, más exitosas de esa porción invisibilizada de argentinos.
Al mismo tiempo, como muchos otros indígenas y mestizos, "la Negra" se abría a sus contemporáneos incluyendo en su repertorio a lo tradicional y lo moderno, al folklore y el rock nacional, a las músicas de América latina, con fronteras lábiles y porosas.
Desde esa calidad musical internacionalmente reconocida, Mercedes mantuvo y desplegó un compromiso ético y político con dos peculiaridades. Persistió firme en sus convicciones ideológicas respecto de la igualdad entre los seres humanos, en su oposición a todos los autoritarismos, en su convicción de estar junto a los más necesitados, social y culturalmente hablando. Desarrolló esa posición sin fundamentalismos, con claridad y con afecto.
Prohibida por la dictadura, transitando desde el mundo de nuestro folklore a las más diversas músicas populares contemporáneas, con una trayectoria que transmite paz y firmeza de convicciones, obteniendo reconocimiento internacional siendo plenamente ella misma, "la Negra" se convirtió en un símbolo nacional.
Al igual que cualquier país, los argentinos tenemos diversos símbolos. Cabe interrogarnos qué simboliza hoy Mercedes Sosa. Quisiéramos sugerir que en contraposición al relato tradicional del "granero del mundo" y de que descenderíamos de los barcos, "la Negra" muestra que se puede ser exitoso, conmovedor, reconocido, persistente, siendo lo que uno es y no lo que desearía ser.
Además, muestra que cambiar y ser abierto no implica, como muchas veces se supone, perder identidad.
"La negra" prueba que las convicciones instaladas acerca de quiénes somos no sólo ocultan a muchas negras y negros y mestizos. También puede abrir la imaginación para pensar que no era necesario fabricar esas ilusiones discriminatorias para construirnos como comunidad nacional.
Su muerte nos invita a buscar y reconocer a las personas de carne y hueso que viven en nuestro heterogéneo país, encontrar las cualidades que ellos tienen y que han vivido ocultas por las pretensiones europeístas, proyectando un sentido nuevo, más complejo, acerca de los sentidos de lo nacional y lo latinoamericano, tan imbricados en su figura y su voz.

El autor es antropólogo, profesor de la Universidad Nacional de San Martín y del Instituto de Altos Estudios Sociales, e investigador del Conicet.

6 de Outubro de 2009 23:12

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Jovem Guarda no Meu Samba

O Brasil é bom. O Brasil perdoa. Todo mundo pode dizer e fazer de tudo, ações contraditórias, irresponsabilidades históricas, injustiças, ah, gente, sei lá, nem sei. O Brasil é tão legal... Não é assim, com todo mundo, né? Também, tá pensando o que? Mas tem alguns que podem. Eu fico feliz por isso. Daqui de cima ou de dentro dos meus 54 anos, e sempre na obrigatória posição de observadora, já que não faço parte da turma, contemplo a alegria da moçada! Vejamos: E hoje, así, no más, me deparo com dois vídeos da Wanderléa, http://www.youtube.com/watch?v=q0BMax7UNzo

http://www.youtube.com/watch?v=a_wl0uvApfs

vejam bem, a Minha Maninha Wanderléa, a Ternurinha, cantando Brasileirinho (W.Azevedo) e Chiclete com Banana (Jackson do Pandeiro) entre outras (Adeus América, de Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa é indicada no vídeo como de Rosa Passos! Nem tinha nascido ainda...) Que estranha simbiose! Vale a pena assistir. Ela, de oncinha e estilo tigresa tenta ser acompanhada por um dos melhores grupos musicais de samba e choro de S.Paulo no programa Sr. Brasil. O Sr. Brasil, sempre muito cordial, faz as honras da casa. Enquanto Ternurinha erra a letra,faz trejeitinhos no meio do palco, ao fundo o, assinalo, excelente grupo musical, um pouco tenso talvez pela concentração que o disparate exige, mantém a linha tentando salvar a canção das garras da moça que, entre pequenos guinchos, caras e bôcas, desempenha o seu mais recente papel.
Então fui me informar e fiquei sabendo por exemplo, segundo o texto veiculado pela produção da estrela, que: "É tempo de nova estação para Wanderléa, que retorna ao disco com repertório inédito após mais de uma década, no CD Nova Estação.O repertório traz desde um sucesso de Jackson do Pandeiro (Chiclete com banana) a uma balada de Arnaldo Antunes (Se tudo pode acontecer) passando por Martinho da Vila (Choro Chorão), Chico Buarque (Mil perdões), Geraldo Azevedo (Dia Branco), Rodgers & Hart (My Funny Valentine), Thomas Roth (Nova Estação), sem esquecer Roberto & Erasmo Carlos (Samba da preguiça e Todos estão Surdos. Em 1963,na gravadora CBS conhece Roberto e Erasmo Carlos, com quem passa a apresentar, em 1965, o programa Jovem Guarda (TV Record/São Paulo), uma das maiores audiências da TV brasileira e que Wanderléa considera a mais importante experiência na sua vitoriosa carreira de quatro décadas. Com o fim do programa,ela segue firme como estrela do pop brasileiro em discos históricos como Wanderléa Maravilhosa (1972), Feito Gente (1975), Vamos que eu já vou (1977) e Mais que a paixão (1978)." Isso é o que eles dizem, a verdade histórica que eles inventaram.
É sabido, creio, que Wanderléa é uma das cantoras (sic) mais desentoadas da história da música brasileira. Apresenta visíveis e audíveis dificuldades rítmicas e melódicas, pra não falar das harmônicas, o que já seria pedir demais. Pertencente ao nefasto Movimento(sic) denominado Jovem Guarda que era capitaneado pelo Rei (sic, eu já estou com soluços) Roberto Carlos, Wanderléa representava a sensualidade (sic) e a doçura (sic), o modelo feminino da juventude brasileira que não precisava se incomodar com a ditadura. Uma "garota gostosa", de classe média (reacionária) e sem problemas, a não ser "pedir ao sr. juiz que pare agora! o casamento que vai ser pra mim todo o meu tormento". O programa Jovem Guarda vendia essa imagem: tres jovens legais, dois meninos e uma menina que só queriam nos dar alegria através da música (sic) e de sua saudável amizade. E, claro, vendendo produtos de péssima qualidade, assim como suas canções, da marca "Calhambeque". Umas saiazinhas, cintos e chapéus de uma estampa riscadinha, horríveis, assinados pelo Rei, que naquela época acho que ainda não havia alcançado esse posto. As roupas eram tão feias e tão ruins que o projeto naufragou. Roberto Carlos, como todos sabem, foi reconhecido como grande astro pelos nossos pavões reais, que na época estavam sendo perseguidos(sic) Caetano e Gil. Representante máximo da Cultura de Massa no mercado do disco no Brasil, fenômeno da indústria fonográfica que enriqueceu não só a ele mas a diversos produtores de carater variavel...O Roberto Carlos é legal... Erasmo Carlos, sempre totalmente fora de si, O Tremendão, já exibia umas olheiras enormes que deviam dar muito trabalho pra equipe de maquiagem do programa vespertino. Fazia um tipo meio cafajestão (faz parte do perfil do Brasil cordial), mas no fundo, era legal, bonzinho e tudo. Aquele homenzarrão cantando: "Eu queria ser, o seu caderninho" que Mostrar tudotem um verso impagável: "inclusive, na escola eu iria com você entrar"...Inclusive, é legal. Ah! e tem "A carta", legal também, rimando e com direito à excelente cacofonia: Que tu tiveste só entusiasmo,(...) do sempre, sempre seu, Erasmo". Em comoventes interpretações de extrema carência artística, os rapazes assumiam ares de rebeldia, no melhor estilo "gang" de bairro classe média. Agora, proponho um jogo: Vamos colocar juntas as expressões que estão grifadas no texto acima, e mate a charada: Se tudo pode acontecer; Mil perdões;Dia branco;Samba da Preguiça; Se todos estão surdos; Se não deu ainda, continuemos: 1963-1965 (o que foi que aconteceu mesmo nessa época?);Jovem Guarda; TV brasileira;Vitoriosa carreira de quatro décadas;Estrela do pop brasileiro em discos históricos (que discos históricos? Por acaso alguém conhece esses discos?); Feito gente. O que é mais legal ainda é o recado que envio ao excelente grupo de amigos e instrumentistas, artistas de seriedade e inegável valor, por favor, abram os olhos e os ouvidos: "Só ponho Jovem Guarda no meu samba quando o iêêiê pegar no tamborim"